A Neurociência nos ajuda a compreender as bases do nosso comportamento e a criar estratégias para driblar a procrastinação e melhorar a produtividade
Embora em algum momento todos nós tenhamos experimentado, os estudos indicam que algumas pessoas tendem a procrastinar mais do que outras.
É possível evitar ou ajudar o indivíduo a ser menos procrastinador? Já sabemos hoje que o cérebro possui a capacidade de se modificar, criando novas conexões a partir das experiências. A chamada neuroplasticidade permite que comportamentos e hábitos indesejados possam ser modificados, com algum tempo e dedicação.
Muito se fala sobre procrastinação, mas você sabe o que está por dentro do cérebro procrastinador? Antes de tudo, procrastinação é o termo técnico utilizado para descrever o famoso “depois eu faço”. Isso mesmo, é aquele comportamento clássico que adotamos quando temos uma tarefa árdua (normalmente pouco prazerosa e interessante) para executar, mas ao invés de resolver logo a questão, vamos empurrando até que não seja mais possível adiar.
Na prática, a procrastinação traz diversos malefícios para nossa vida pessoal e profissional. Além da sobrecarga, de ter que dar conta do trabalho todo em um curto espaço de tempo, a pressão do prazo gera muita ansiedade e estresse. Já sabemos que em altas doses, estes efeitos podem inclusive trazer sérios problemas a saúde. Além disso, trabalhar sob pressão dificulta nossa capacidade cognitiva e atencional, fazendo com que a chance de erros seja maior. Resumindo, deixar tudo para a última hora não é uma boa estratégia!
Embora todos nós já tenhamos vivido alguma experiência de procrastinação, os estudos indicam que algumas pessoas tendem a procrastinar mais do que outras. Ainda não está completamente elucidado, mas fatores genéticos e ambientais influenciam na construção de traços de personalidade que favorecem o comportamento procrastinador. Indivíduos mais impulsivos, com menor capacidade de autocontrole e gerenciamento de suas emoções tendem a ser mais procrastinadores.
O que a Neurociência tem a dizer a respeito do funcionamento cerebral envolvido no comportamento da procrastinação?
Uma pesquisa trouxe importante contribuição para o entendimento das bases biológicas deste fenômeno. No estudo foram investigadas mais de 260 pessoas, homens e mulheres, a partir da ressonância magnética funcional, no qual diferentes regiões do cérebro e suas conexões foram avaliadas.
Os resultados mostraram um possível papel da Amígdala, região do cérebro com participação fundamental no processamento das emoções. Esta região mostrou-se maior naqueles participantes considerados procrastinadores. Além disso, nesses mesmos indivíduos, também foi observada uma menor conexão entre a Amígdala e a parte dorsal do córtex cingulado anterior (dACC), região cerebral importante para a análise e seleção dos comportamentos que serão executados. Tanto a Amígdala quanto o dACC são regiões que estão associadas à nossa capacidade de autocontrole, de maneira que conexões mais fracas entre essas regiões podem diminuir nossa habilidade de filtrar emoções e estímulos distratores (internos ou externos), resultando em uma baixa eficiência na regulação do nosso comportamento.
A pergunta que surge é se seria possível evitar ou ajudar o indivíduo a ser menos procrastinador. Embora ainda sejam necessários mais estudos para aprofundar a questão, o que os pesquisadores acreditam é que seria possível treinar o cérebro para adotar novos comportamentos. Já sabemos hoje que o cérebro possui a capacidade de se modificar, criando novas conexões a partir das experiências. A chamada neuroplasticidade permite que comportamentos e hábitos indesejados possam ser modificados, com algum tempo e dedicação.
A Neurociência nos ajuda a compreender as bases do nosso comportamento e dessa forma, criar estratégias mais eficientes para melhorar aspectos importantes que influenciam em nossa rotina.
Leia agora duas dicas para driblar a procrastinação e melhorar sua produtividade:
Invista no autoconhecimento: Identifique os fatores que te levam a procrastinar e, se possível, procure eliminá-los. Por exemplo, se a natureza da tarefa é um gatilho, ou seja, sempre que precisa realizar coisas que você não gosta, acaba deixando para a última hora, procure criar mecanismos que te ajudem a priorizar esta atividade. Uma estratégia possível seria realizar esta atividade menos prazerosa antes/depois de outras atividades mais agradáveis ou estabelecer um horário específico do dia para realizá-las, ao invés de deixar para fazer “quando sobrar tempo”.
Crie maneiras objetivas de monitorar o progresso da atividade: Procure quebrar uma atividade muito grande ou, cuja entrega só é necessária após um prazo muito longo, em pequenas entregas. Crie metas e estabeleça uma rotina de trabalho que permita ir “construindo” o trabalho pouco a pouco. Assim você não precisa ficar 12h trabalhando na mesma coisa, porque divide o esforço ao longo do tempo. Além disso, ao atingir objetivos menores tem a sensação de progresso. Esta estratégia ajuda o cérebro a aproximar os ganhos da tarefa e funciona como uma recompensa que motiva a continuar o processo.
Quer mais dicas para parar de procrastinar e trabalhar melhor o cérebro a fim de ganhar produtividade? Inscreva-se aqui para receber nossa newsletter!
Um abraço e até o próximo post 😉
Comments