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Quer uma equipe flexível diante das mudanças?

Atualizado: 30 de ago. de 2023

O primeiro passo para ter uma equipe flexível diante das mudanças é aprender a ler os sinais que o seu time já está te dando.

Mulher trabalhando diante do computador
Observar a cultura e o ambiente de trabalho é muito importante para identificar o estado emocional da sua equipe.

Há muitos anos temos ouvido discursos sobre a importância de se ter flexibilidade frente ao dinamismo do mundo moderno, sobretudo no contexto profissional. Das descrições de vagas de emprego, aos livros e vídeos motivacionais, essa habilidade costuma estar associada à criatividade. Ou, em outras palavras, à nossa capacidade de mudar de estratégia, criar novos caminhos e identificar alternativas para alcançar os resultados desejados.

Mas se todo mundo sabe que essa é uma habilidade importante, por que ainda experimentamos dificuldades relacionadas à flexibilidade como equipe?

Todos nós já experimentamos a sensação de superar um desafio inesperado com alguma facilidade, nos adaptando à situação de forma fluida. Do mesmo jeito, é bem possível que você já tenha vivido o oposto: sua cabeça simplesmente “para de funcionar”, nada serve, nenhuma solução parece satisfatória. E mesmo que outra pessoa aponte um caminho, fica difícil desapegar da própria visão. O que acontece é que, além de fatores mais objetivos, como a diversidade das experiências vividas e o conhecimento que um indivíduo possui, os processos emocionais subjacentes às situações também influenciam (e muito) nossas habilidades e a maneira como performamos a cada momento.


Perguntas como “como me sinto neste momento?” e “como me sinto em relação a este ambiente de trabalho?” ajudam a trazer pistas de como as emoções estão influenciando nossa capacidade adaptativa.

E esse é um bom ponto de partida para quem está buscando construir um ambiente de trabalho mais ágil e flexível.

Mas para ir mais fundo nesse assunto, trago aqui um conceito neurocientífico útil à reflexão. Nossas emoções são governadas basicamente por dois grandes sistemas: os chamados Sistemas Motivacionais. Esses são os grandes responsáveis por direcionar nossos comportamentos a todo momento, pois eles foram selecionados evolutivamente para garantir nossa sobrevivência (dentro e fora do ambiente de trabalho, é claro). Para ficar mais clara a relação desses sistemas com a questão da flexibilidade, preciso antes explicar brevemente quais são eles e como funcionam.


O Sistema Motivacional Apetitivo é responsável por coordenar comportamentos de manutenção da vida, gerando comumente respostas de aproximação. Nele experienciamos a predominância de emoções positivas, como alegria, orgulho, gratidão, inspiração, etc.

E também os comportamentos “pró-sociais”, que favorecem a interação social, a empatia, a comunicação, a abertura a novas ideias, a construção de vínculos de confiança e, não surpreendentemente, a flexibilidade.

Já o Sistema Motivacional Defensivo é responsável por um conjunto de respostas associadas à defesa da vida, como luta, fuga e imobilização. Quando ativado, experimentamos uma predominância de respostas emocionais negativas, como raiva, medo, frustração e ansiedade. Na prática, nosso cérebro entra em modo de sobrevivência, passando a executar uma série de comportamentos que são contrários aos do Sistema Apetitivo. Distanciamento social, redução da empatia, dificuldade de comunicação, desconfiança e pouca abertura a novas ideias são exemplos de comportamentos associados a esta ativação.

E, é claro, neste cenário a flexibilidade e a adaptabilidade ficam prejudicadas, pois a tendência é que as pessoas se tornem mais rígidas e reativas às novas propostas.

Observar a cultura da empresa e o ambiente no qual você trabalha é um primeiro passo importante para identificar os sinais do estado emocional da equipe. Se faça as seguintes perguntas: “Como a empresa lida com erros?”, “Como é a abertura às novas ideias?”, “As pessoas se sentem confortáveis para trazer sugestões?”. Caso as respostas sejam negativas, você terá encontrado indícios de um ambiente que não favorece o comportamento “pró-social”, associado à ativação do Sistema Apetitivo. Do ponto de vista comportamental, esse é certamente um dos grandes dificultadores do processo de gestão da mudança nas empresas.


Um outro sinal importante a se observar é como anda o estado emocional das pessoas da sua equipe. Estão todos cansados, sobrecarregados, estressados ou ansiosos? Alerta vermelho! Se as pessoas já estão lidando com emoções negativas de forma contínua, há grandes chances do sistema defensivo estar ativado na maior parte delas. Nesse contexto, a resistência a situações de mudança ficam maiores, pelos mesmos motivos citados anteriormente. Além disso, há ainda um outro fator nesse tipo de cenário, que é a busca por economia de energia. A tendência de pessoas cansadas é manter velhos hábitos e seguir padrões automáticos já estabelecidos.


pessoas trabalhando em equipe
É preciso estar confortável, seguro e engajado na mudança para ser capaz de lidar com tudo que faz dela.

Estimular o engajamento positivo da equipe, promover senso de pertencimento e investir em um ambiente de segurança psicológica são exemplos de estratégias que podem (e devem) ser usadas rotineiramente junto ao grupo, mas especialmente quando estamos planejando um período de mudança. Experimente investir na motivação positiva e no bem-estar dos colaboradores. Tenho certeza de que você verá uma diferença significativa na busca por novos hábitos e caminhos por parte deles.


Compartilhar a visão da empresa para a mudança, entender mais a fundo como cada pessoa será impactada e considerar os benefícios que cada uma delas terá a partir desse período é também fundamental para gerar a conexão e o envolvimento que irão sustentar o processo. Para saber como a Neurociência Organizacional pode favorecer o processo de mudança nas empresas clique aqui.


Ser flexível na teoria é fácil, mas na prática a coisa pode ser bem mais difícil. Resumidamente, precisamos estar confortáveis, seguros e engajados na mudança, para sermos capazes de lidar com todos os processos e vieses inconscientes que fazem parte dela. Mas para isso é necessário construir as condições certas para que o ambiente permita esses estados emocionais.


Seu grande trunfo nessa missão é saber que, assim como outras habilidades socioemocionais, quanto mais praticamos, melhor ficamos. Por isso, não deixe de encontrar oportunidades para exercitar comportamentos “pró-sociais” com a sua equipe. Inove nas rotinas, nos processos de trabalho e promova discussões abertas para falar dos assuntos que os conectam, dando espaço para que todos se expressem e fomentando o respeito às diferenças.

Pode acreditar, é assim que todos estarão flexíveis o suficiente para atravessar um período de mudança de forma saudável quando ele aparecer.

Para aprender mais sobre os aspectos comportamentais que influenciam nosso comportamento no trabalho, assine a newsletter da Nemesis e continue acompanhando os textos deste blog!


E se precisar de apoio em um período de mudança na sua empresa, faça contato com a gente por aqui. Será um prazer pensar soluções customizadas para o seu desafio!


Até a próxima =)





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