Nem Burnout, nem Boreout… o segredo da performance é o equilíbrio
- Ana Carolina Souza
- há 1 dia
- 4 min de leitura
Veja a seguir duas dicas para encontrar o ponto de equilíbrio ideal da curva de estresse:

Suas equipes estão sobrecarregadas, desmotivadas... ou os dois? Ser capaz de reconhecer os sinais antes que virem um problema é fundamental. Você consegue identificar se estão vivendo estresse saudável, Burnout ou Boreout — e como isso impacta seus resultados?
Você já ouviu o ditado que diz “Nem tanto ao céu, nem tanto à terra”? Pois é, a resposta ao estresse é assim, ela exige equilíbrio. O que os estudos mostram é que o excesso de estresse em sua rotina, seja por um acúmulo de fatores estressantes ou por ter que lidar com um fator crônico, leva ao desgaste do organismo (de verdade).
O excesso de liberação de hormônios (cortisol e adrenalina), o aumento constante da pressão arterial ou a rigidez de uma frequência cardíaca continuamente acelerada - Variabilidade da Frequência Cardíaca reduzida - são consequências de um corpo que se apresenta sempre em estado de alerta, pronto para o combate! Afinal, é para isso que serve a resposta ao estresse: garantir a sua sobrevivência em situações de ameaça.
Só que diferente do que acontece com outros animais, nós humanos temos a “vantagem” de prever potenciais situações de ameaça, que gera o famoso Estresse Psicológico e é fonte de grande ansiedade. Mas só porque é psicológico, não significa que não seja real. Cada vez que imaginamos que algo ruim possa vir a acontecer, nosso cérebro dispara a resposta ao estresse como quem diz “Haja o que houver, estamos preparados!”.
E é justamente neste contexto que vemos este aumento contínuo de casos de afastamento por Burnout ameaçando as empresas. Insegurança, ansiedade, dificuldade de comunicação, isolamento social… inúmeros são os fatores mapeados dentro das organizações que geram este estresse psicológico e que não à toa culminam nas mudanças que estamos vendo com relação ao monitoramento e cuidados associados aos fatores psicossociais dentro das organizações.
Mas o que acontece quando não temos estímulo? Quando a vida se torna um grande “mais do mesmo”, será que essa estabilidade é o que garante os melhores resultados organizacionais? Ao que tudo indica, não!
O termo da vez é o Boreout, uma condição onde as pessoas se sentem num estado de tédio crônico por falta de estímulos e desafios na sua relação com o trabalho. Isso gera um processo intenso de desengajamento, procrastinação, irritabilidade, fadiga mental, absenteísmo e até mesmo problemas de saúde física e mental.
Tarefas repetitivas, falta de autonomia, ausência de oportunidades de crescimento e sentir que suas habilidades são subutilizadas são alguns dos processos que podem gerar este quadro. E é claro, que isso também se torna um problema para as organizações que passam a lidar (assim como nos ambientes onde há excesso de estresse) com queda na produtividade, aumento de turnover e prejuízos no clima organizacional.
Se você exerce um papel de liderança ou atua como RH, entender mais a respeito de como o cérebro processa a resposta ao estresse pode ser a sua salvação!
A resposta fisiológica ao estresse forma um padrão que chamamos de “U” invertido. Se de um lado vemos o Burnout como uma resposta mal adaptativa ao excesso de estresse, no extremo oposto desta curva temos o Boreout, como resultado de uma ausência total de estresse.
Sabe o famoso “estresse bom”? É isso! Precisamos ser capazes de manter as pessoas neste estado ideal de tensionamento emocional, para garantir que tenham ao mesmo tempo saúde, satisfação e performance.

Um pouco de estresse é saudável e nosso corpo está preparado para lidar com isso. Quando acordamos pela manhã, temos uma pequena resposta ao estresse que é gerado por esta mudança de estado. Quando temos que fazer uma apresentação no trabalho, participar de um processo seletivo, defender um ponto de vista, fazer uma atividade nova… tudo isso gera uma pequena resposta de estresse. O coração acelera, a boca fica seca, as mãos frias… e tá tudo bem. É o seu cérebro te ajudando a ter recursos adequados para lidar com a situação. E existem inúmeras estratégias que podemos utilizar no dia a dia das organizações que garantem este equilíbrio!
Conhecer a fundo a resposta motivacional e inclusive como age o estresse no nosso cérebro e no nosso corpo é a chave para desenvolver estratégias de liderança e gestão de pessoas mais eficientes. Este conhecimento fortalece os processos de liderança, desenvolvimento humano e garante o equilíbrio ideal entre saúde e performance.
Há quase 25 anos eu decidi entender porque as pessoas são como são, porque fazem o que fazem e principalmente, como as emoções impactam tudo isso. E posso dizer? Sigo apaixonada pelos Sistemas Motivacionais e vejo o quanto este conhecimento tem se tornado valioso nos dias de hoje!
Quer uma dica para encontrar o ponto de equilíbrio ideal da curva de estresse? Então observe dois aspectos:
O quanto você ou seu colaborador se sente motivado para fazer isso? A motivação positiva aumenta nossa resiliência e traz sentido aos desafios vividos, tornando mais fácil suportar os momentos adversos e ser bem sucedido em suas ações.
Nenhum estressor deve perdurar por muito tempo. Crie momentos de respiro em meio ao caos da rotina para permitir que seu corpo volte ao estado de equilíbrio. Se o coração acelerou, respira fundo e ajuda ele a desacelerar! Na fisiologia o bem-estar e a saúde são associados a modelos flexíveis, naturalmente oscilantes, a rigidez é patológica. Estar continuamente em estado de alerta, fará com que seus sistemas entrem em colapso.
Na Nemesis, aplicamos a neurociência organizacional para promover equilíbrio entre saúde, bem-estar e performance nas empresas. Mapeamos riscos, desenvolvemos lideranças e fortalecemos a gestão de pessoas, entre outros. Quer saber mais? Fale com a gente por aqui!
Um abraço e até a próxima 😉
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